Maternidade: O que muda com a chegada do bebê?

Enviado em 08 d setembro d 2009, sob Relacionamentos

Grávida

Por Isabella Bovendorp

Ao longo da minha gravidez e até mesmo agora depois de ter tido o meu filho (no momento ele está com 9 meses) tenho ouvido muitas mulheres dizerem que abriram mão de muita coisa quando se tornaram mães, ou que sua vida mudou radicalmente quando essa nova fase iniciou. E ouço isso com um tom de lamentação, infelizmente.

Certamente algumas coisas vão mudar, afinal agora você é responsável por cuidar de um serzinho inocente, dependente e indefeso. Mas isso não quer dizer que você tenha que deixar pra trás tudo o que sua vida tinha de bom antes da chegada dessa linda pessoinha, pelo contrário, agora chegou mais alguém para ser feliz junto com você; uma parceria para realizar as coisas legais que já fazia antes. Mas pensando, como você vai apresentar para ele (a) esse lindo mundo se você mesma já esqueceu o que ele tem de bom, já que se anulou e abdicou das coisas que mais te faziam bem?

Mas pensando, como você vai apresentar para ele (a) esse lindo mundo se você mesma já esqueceu o que ele tem de bom, já que se anulou e abdicou das coisas que mais te faziam bem?

Muitas mulheres cometem o grave erro de acreditar que pelo fato de terem se tornado mães os outros papéis de suas vidas desapareceram. Você não deixou de ser mulher, esposa, vizinha, amiga, profissional, filha… Simplesmente agora você tem mais uma função, aliás uma linda função: ser mãe.

Não vou dizer que é fácil, é preciso muito amor (por você e pelo seu filho), organização e força de vontade!

Desenvolver outras atividades é saudável e essencial para o desenvolvimento de uma relação de amor e ternura com seu filho (a). Se, ao contrário disso, você for abrindo mão das coisas que mais te fazem feliz (exercício físico, jantar fora, trabalhar, sair para dançar, viajar, etc), automaticamente sua vida caminhará para a frustração e infelicidade, e conseqüentemente para uma relação mãe-filho autoritária e exaustiva, já que em algum momento você irá sentir-se no direito de cobrar TUDO o que fez pelo seu filho e de tudo o que deixou de fazer por ele. Ele não te pediu nada, a não ser amor terno e atenção gratuita. Você ter deixado sua vida para trás foi uma atitude impensada ou uma falsa crença que agora está colocando em risco uma relação que é para ser linda.

Desenvolver outras atividades é saudável e essencial para o desenvolvimento de uma relação de amor e ternura com seu filho (a).

Sempre duvidei das pessoas que me diziam essas coisas sobre “mudança radical por causa da maternidade” e agora pude tirar a prova real para reforçar ainda mais a minha opinião sobre esse assunto.

Não deixe que a culpa, a possessividade e as falsas crenças destruam uma relação tão forte e encantadora como essa!

Me tornei mãe e continuo sendo quem sempre fui, tendo sonhos, e fazendo o que sempre gostei de fazer. Não vou dizer que é fácil, é preciso muito amor (por você e pelo seu filho), organização e força de vontade! Posso dizer que não abri mão de nada por ter sido mãe, apenas precisei reorganizar minha vida e fazer as coisas de uma outra maneira, mas anular a pessoa que sempre fui e deixar de fazer as coisas que me faziam feliz, jamais. Ninguém merece isso, nem você e muito menos o seu filho! Não é justo que ele carregue o peso de ter sido a causa pela qual você deixou de ser livre e fazer o que tinha vontade. Isso certamente virá no futuro em forma de cobranças e atenção forçada, já que você vai querer uma “recompensa” por tudo o que passou, e seu filho, sem saber de nada, sofrerá junto de uma forma ou de outra.

Não é justo que ele carregue o peso de ter sido a causa pela qual você deixou de ser livre e fazer o que tinha vontade. Isso certamente virá no futuro em forma de cobranças e atenção forçada, já que você vai querer uma “recompensa” por tudo o que passou, e seu filho, sem saber de nada, sofrerá junto de uma forma ou de outra.

Posso estar parecendo dura, mas isso é o que eu vejo acontecendo em muitas relações de mães e filhos, que mais parecem inimigos do que pessoas que se conhecem desde sempre. E isso ocorre porque a mãe se achou forçada a abrir mão de sua própria vida para ser exclusivamente: mãe. Não existe isso, por favor. Ter um filho e participar do desenvolvimento dessa pessoinha desde a sua barriga é uma das coisas mais maravilhosas do mundo; vê-lo nascer e ir crescendo forte dia-a-dia é emocionante. Não deixe que a culpa, a possessividade e as falsas crenças destruam uma relação tão forte e encantadora como essa!

Foto: Vivian Sechin

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2 comentários:

  1. Ronaud Pereira

    Bela reflexão, Isabella!

  2. Luciana

    Excelente reflexao. Parabens e obrigada por compartilhar.